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Um elemento tão versátil como a alvenaria precisa atender a cada situação, sempre com atenção aos itens básicos que são a resistência mecânica, peso, absorção de umidade, características de isolamento e condução térmica, tipo de superfície e sua compatibilidade com o acabamento previsto, seja este pintura, revestimento com argamassa ou placas de algum material. Vamos ver, então, alguns tipos de blocos e tijolos e seus usos mais comuns:
• Bloco de concreto – Podem ser utilizados como vedação, mas também existem os feitos especialmente para Alvenaria Estrutural. Há uma grande variedade de tipos, dimensões, formatos e materiais. Além dos tipos comuns, feitos com cimento e pedrisco, existem os do tipo Estrutural, com maior resistência e feitos especialmente para suportar carga.
• Concreto Celular – Devido ao baixo peso e à facilidade de manuseio, é usado não só para fechamento de vãos, mas também como enchimento de lajes. É feito com uma mistura de cimento com materiais silicosos, em especial o Silicato de Cálcio. Também conhecido como “Pumex”.
• Tijolo de vidro – Devido ao preço, são usados em locais específicos, para iluminar e também para conseguir determinados efeitos estéticos, especialmente quando se usa iluminação projetada para tirar proveito da luminosidade e características de reflexão do material.
• Tijolos de solo-cimento – Uma boa alternativa aos blocos de concreto, é uma ótima solução para habilitações populares. Construções feitas com solo-cimento resultam em ambientes com ótimo conforto térmico, devido à grande massa da parede que lhe confere inércia térmica, ou seja, demora a esquentar durante o dia, com o sol, e demora a esfriar durante a noite, deixando mais estável a temperatura interna.
• Tijolo de barro cru – Também conhecido como “Adobe”, já foi muito utilizado na antiguidade, mas hoje praticamente caiu em desuso, pois precisa de cuidados especiais para resistir às intempéries.
• Tijolo de barro cozido – Também chamados de “Tijolinho” ou “Tijolo comum”. É uma evolução do tijolo de barro cru.
• Tijolo refratário – Um tipo especial de tijolo cozido, feito com argila enriquecida de materiais que diminuem a retração mecânica quando exposto ao forte calor. Funcionam também como isolantes térmicos.
• Tijolo laminado – Estes, por sua vez, são uma evolução do tijolo de barro cozido, tendo maior resistência mecânica e menos porosidade, com menor absorção de água. O modelo mais comum tem 21 furos cilíndricos e mede aproximadamente 24 x 11,5 x 5 cm, sendo indicados para alvenaria aparente.
• Tijolo furado – Também chamado de “Tijolo baiano”, tem na parte externa uma série de rachaduras para facilitar a aderência da argamassa de revestimento e seu interior tem pequenos canais prismáticos ou, como se diz popularmente, “furos”. Em geral se encontra os de 6 furos e de 8 furos, mas há uma grande variedade de tijolos furados. Suas vantagens são a rapidez na execução, baixo peso e preço acessível. Não é à toa que a paisagem típica dos bairros de periferia são as casas inacabadas, mas com suas paredes de tijolo furado à mostra.
A matéria prima do tijolo comum é a argila misturada com um pouco de terra arenosa. Depois de selecionada e misturada a argila é misturada com água até formar uma pasta, que é moldada em formas apropriadas que vão dar o formato ao tijolo. As formas são retiradas com a massa ainda mole, os tijolos crus são deixados para secar no sol, formando o que se chama de adobe.
Uma vez atingida a dureza inicial e retirado o excesso de umidade, os tijolos são cozidos em fornos com temperatura entre 900 a 1.100ºC. As peças que ficarem mais próximas do fogo ficarão mais escuros e terão resistência física maior. A cor do tijolo varia com o tipo da argila, porém a mais encontrada é aquela que fica entre o vermelho e o amarelo.
O tijolo comum pode ter vários formatos, atendendo a várias finalidades como paredes curvas, cantos arredondados e efeitos decorativos. Além do tradicional em formato de paralelepípedo existem os redondos e os fracionados: meio-tijolo no sentido horizontal e meio-tijolo no formato vertical. Existem também com largura de e 1/4 de tijolo, usados no revestimento de fachadas. Algumas olarias fornecem peças com meio-corte, para facilitar a separação das metades na obra, mas nada impede que se corte com uma serra elétrica ou até mesmo com a colher de pedreiro.
As medidas dos tijolos seguem a chamada “Regra de Frisch” que determina que o comprimento (C) deve ser igual a duas vezes a largura (L) mais a espessura da junta (J), e também que a largura (L) seja duas vezes a altura (H) mais a espessura da junta, ou seja,
C = 2L + J e também L = 2H + I
Estas proporções foram pensadas para possibilitar diferentes formas de assentamento, conforme veremos a seguir. Considerando-se a junta de 1 cm conseguimos as seguintes medidas (em cm):
MEDIDAS DE TIJOLOS COMUNS SEGUNDO A REGRA DE FRISCH JUNTA DE 1 CM |
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C (cm) | L (cm) | H (cm) |
23 | 11 | 5 |
20 | 9,5 | 4,25 |
11 | 8 | 3,5 |